quarta-feira, 25 de maio de 2011

Entrevista: O que os moradores do bairro Vasco da Gama pensam sobre o abandono de animais?

Maxwell Correia

foto: Maxwell Correia

Os órgãos públicos direcionados aos animais são responsáveis por cuidar, tratar, alimentar, acolher de um modo geral qualquer animal que esteja na rua. Eles têm como função social a missão de ajudar na construção de uma relação ética e compassiva entre pessoas e animais.

Seguindo essa linha de racioncínio, entrevistei três moradoras do bairro Vasco da Gama, da cidade de Salvador, para saber como andam os seus pensamentos sobre o tema "Animais Abandonados" e elas deixaram bem claras as suas idéias e até falaram um pouco mais. A primeira entrevistada é a babá Enda Rosa de 39 anos, a segunda que eu entrevistei é uma professora aposentada, a Sonia Figueiredo, de 65 anos e por fim a Mara da Conceição, que tem 57 anos e atualmente está desempregada. Observem:

Você tem algum animal de estimação?

Edna Rosa: Não.. 

Com que frequência você encontra animais abandonados pelo bairro? 

Edna Rosa: Muita, é o que eu mais vejo por aqui.

No seu ponto de vista, quais são os motivos que levam os donos a abandonarem o seu animal?

Edna Rosa: Normalmente eles os abandonam porque não gostam, pois quem gosta não teria coragem de abandonar seu animal assim... No meio da rua. 

Como é que nós podemos ajudar os animais abandonados?

Edna Rosa: A solução é levar tais animais a pessoas que saibam como lidar com eles, pessoas que saibam cuidar melhor, como ONGs ou alguma instituição.

Já que existem os órgãos públicos para tal necessidade, por que ainda se encontra inúmeros animais pela rua? 

Edna Rosa: Porque os órgãos públicos ainda não executam o seu dever como deveriam. 

Você acha que o fato de existir vários animais abandonados no meio da rua e esse número só continuar crescendo pode vir a se tornar um problema para a gente, para Salvador no futuro? Por quê? 

Edna Rosa: Eu acho que não, pois sempre teve... Sempre existiu, vai ver é por isso que 'eles' não tomam nenhuma providência.


foto: Maxwell Correia


Alguma de vocês duas têm algum animal de estimação?

Sonia Figueiredo: Eu não. 

Mara Conceição: Eu tenho um gato e se chama Ricky!

Com que frequência vocês encontram um animal abandonado aqui neste bairro?

Mara Conceição: Com muita frequência... Cachorro, gato, de tudo!

Sonia Figueiredo: A gente ver e é muito mesmo! O que mais tem são cachorros , chega a dar nojo! Os coitados ficam pela rua, todos mal cuidados, feridos, machucados de tudo que é jeito, de vez em quando aparece até alguns mortos... Acho até que devem ser as próprias pessoas que deveriam estar cuidando que estão matando!

O que vocês acham que leva uma pessoa a abandonar o seu animal? 

Sonia Figueiredo: Desleixo, porque se a pessoa não gosta não deve acolher, eu mesma não tenho, é muita responsabilidade! Ter um animal requer muitos cuidados, tem que dar banho, alimentar e já basto eu! Muitas pessoas não sabem o quanto é difícil sustentar um animal e acaba largando no meio da rua por não ter condições, ou por não querer isso pra ela mesma! 

Mara Conceição: É exatamente isso, a pessoa não consegue assumir a responsabilidade de ter um animal em casa, não quer ter o trabalho ou não tem condições mesmo, e acaba deixando os pobres no meio da rua. E é realmente trabalhoso, eu bem sei que tenho um em casa... E o animal que sofre mais, muitas vezes o animal é acostumado em casa, não sabe nem como ter seu próprio alimento...

E como nós podemos ajudar esses animais?

Mara Conceição: São coisas momentâneas, a gente cuida como pode na hora.

Sonia Figueiredo: Pois é, alimentando-os, cada pessoa ajuda como pode.

Já que existem os órgãos públicos para acolher esses animais de rua, porque a gente encontra inúmeros deles nas ruas? 

Mara Conceição: Pura falta de interesse...

Sonia Figueiredo: Se o governo não liga pra gente, pra nós, seres humanos, pessoas, imagine com os animais! É tudo hipocrisia, ninguém quer nada. 

Você acha que isso pode vir a se tornar um problema, um agravante para Salvador? Por quê? 

Mara Conceição: Pode ser um agravante para a cidade sim! Pois se o animal fica doente, ele transmite essa doença e esse vírus vai pra população inteira! Então, se o animal fica doente, a cidade fica doente.  


foto: Maxwell Correia

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